Amareleja



Amareleja, terra de sol e cor

 


Amareleja, assim batizada por ter o sol como padrinho e a planície vestida das mais belas fores amarelas como madrinha, faz plenamente jus ao legado eterno recebido, oferendo as temperaturas mais elevadas de Portugal e expondo mais horas de céu aberto de todo o país.

 

 

 

Assim, hoje, Amareleja tem a maior central solar fotovoltaica do mundo.

 

Bordada, na sua margem direita pelo rio Ardila, que a fecunda, dando-lhe uma vida abundante em culturas, como a vinha, as oliveiras, os cereais, as carnes de bovino, de porco preto e de borrego, Amareleja encerra um património natural de uma rara beleza natural, que se espelha nas águas da barragem do Baldio das Ferrarias, verdadeiro pulmão destas terras onde tons de amarelo, verde, azul e branco moldam como uma tela mágica e bela a paisagem e os aromas naturais provocam sensações únicas. Todo este encanto natural estende-se por uma vasta área que pode ser apreciada panoramicamente no Mirante do Baldio das Ferrarias.

 

A vila é sem dúvida uma rica herdeira da arquitetura alentejana. Todo o conjunto edificado reveste-se de brancura quase sempre bordada a amarelo ou a coral, serpenteando as ruas ao som de músicas e cantares  

 

 

Pois, a Amareleja é rica em cultura e em tradições, revelando como património vivo uma História que a enobrece e que remonta à Pré-História e que a moldou ao longo dos séculos graças à presença de povos que nela encontraram um oásis, como os romanos e os árabes que nela deixaram os seus vestígios como marca indelével da sua presença e influência.

 

 

Esta riqueza cultural manifesta-se também na gastronomia local rica em sabores e tradição

 

reconhecida como Património Imaterial da Humanidade onde o pão, o azeite e as ervas aromáticas são ingredientes privilegiados. Esta gastronomia única em paladares traduz-se em iguarias como o Caspacho ou Gaspacho, servido na plengana, a Sopa de Tomate, a Açorda de Alho, a Sopa de Beldroegas, a Sopa da Panela ou a Sopa de Cação, os Pés de Porco de Coentrada, os Grãos com Carne, a Carne de porco à Alentejana, o Entrecosto frito, o Ensopado de Borrego. As Migas, a Galinha do Campo, o peixe do rio e tantas outras iguarias copiosamente acompanhadas pelo vinho encorpado com denominação de origem, como o Granja ou Amareleja, produzido com métodos tradicionais ou por técnicas modernas, usando castas como o Moreto, a Trincadeira e o Roipeiro, e que pode ser degustado na Feira da Vinha e do Vinho que se realiza no mês de dezembro, e enriquecidas por sobremesas doces, como os afamados bolos folhados (com ou sem gila), os bolos fintos ou o bolo podre, os fritos como as filhoses, os borrachos, as popias e o pinhonate confecionados no Natal e Carnaval completam o vasto leque de irresistíveis especialidades.

 

                               E a riqueza cultural da Amareleja revela-se ainda na fé e devoção expressa nas suas

festividades em honra dos seus santos, em especial na festa em honra de Nossa Senhora sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, a 8 de dezembro, e de Santa Maria, a 15 de agosto. Nessa data, as festividades adquirem especial relevo com a realização da tradicional tourada.

 

Mas também está presente no artesanato, em especial na sapataria manual, ferraria, latoaria, ferro forjado, miniaturas em barro e madeira, cadeiras de buinho, cestaria de verga, rendas e bordados, trabalhos em xisto que são autênticas obras de arte.

 

Pois, a Amareleja é, sem dúvida, uma terra com verdadeiros artistas, gente simples mas com um enorme potencial, sabendo preservar as suas lendas e tradições. Pois, a Amareleja é uma das freguesias do concelho de Moura mais ricas em costumes, lendas e tradições.

 

Assim, pelo silêncio da noite, reavive-se a memória coletiva, narrando lendas como a “Marquesa de Távora” que, fugida do Marquês de Pombal, refugiou-se no celeiro da sua herdade (de Estepa) juntamente com a sua aia durante vários dias. Arranjou como companheira desses momentos de infortúnio, uma gata de olhos bondosos que a atraiçoou quando surgiram soldados à sua busca e os conduziu, inocentemente, até à Marquesa ou a lenda da “Fonte Santa” cujas águas curaram mãe e filho de uma terrível doença provocada por uma cobra que, aproveitando-se do sono da mulher em companhia de seu filho de peito, conseguiu mamar na mulher e meter a cauda na boca da criança para esta não chorar.

 

Para além da disposição natural para narrar lendas, os habitantes de Amareleja, têm uma alegre propensão para a música que os acompanha nas diversas atividades recreativas, continuando, assim, a cantar as Janeiras, entoando nas noites escuras de Inverno poemas que aquecem a alma, antes do dia de Reis e. a preservar um costume já antigo – as Estudantinas.

 

Este costume relaciona-se com o Carnaval, momento em que verdadeiros artistas populares trazem à rua a crítica e a censura do sucedido na freguesia, concelho ou país durante o decorrer do ano, através da poesia, música e dança. É importante realçar que as “estudantinas” são uma tradição inédita, única em todo Alentejo. São abordados temas de cariz social, fundados numa crítica, uma sátira.

 

 

 As estudantinas são constituídas por um conjunto de versos cantados por um grupo de pessoas, com acompanhamento musical (acordeão, zambomba, pandeireta, castanholas, viola, tamborim, trompete, etc).

 

Pois, a Amareleja é terra de alegria e de felicidade, terra que preserva a juventude e a jovialidade, organizando vários eventos ao longo de todo o ano, e, em especial o Festival da Juventude que a todos apela a viverem momentos de puro divertimento e emoção.

 

 

 

   

 

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